As Palavras Fugiram: Contos de Quinta #10

Oie pessoal, bem vindo a mais um contos de quinta!
Hoje o conto é a continuação de First Date, da autora Patrícia Gomes,de Belém. Então, vamos ao conto?


First Date #02


Depois tudo ficou incrivelmente claro e a musica continuava só que dessa vez mais clara do que nunca, percebi que eu já não estava vestindo minhas calças jeans ou calçando meus all-stars, eu usava um vestido com a minha cor predileta, ele era azul da cor do oceano e calçava um sapato salto-alto da mesma cor do vestido e eu já não estava na sala.
Eu nunca havia estado naquele lugar mas eu o reconheceria não importa quanto tempo se passasse, era o mesmo salão do quadro a única diferença era que tudo parecia mas vivo as pessoas estavam dançando graciosamente e ao ritmo da musica, eu notei três garotinhas que aparentavam ter nove ou dez anos de idade, as três estavam de mãos dadas como se estivessem brincando de roda.

– Olá! A senhorita gostaria de dançar?
Eu ouvi uma voz elegante, ela não parecia vir de nenhum lugar perto de mim, ela soava dentro de minha cabeça.
– Na sua frente-
A voz disse novamente em minha cabeça como se estivesse achando a situação engraçada. Quando levantei o rosto e olhei para minha frente havia um rapaz ruivo de olhos verdes e aparentemente muito elegante ele estava oferecendo-me a mão, demorei mais do que deveria para entender que ele estava me convidando a participar da dança, eu fiquei chocada com toda aquela situação surreal em um momento eu estava naquela sala e em outro tinha sido arrastada para esse salão e...

– Senhorita?- a voz em minha cabeça interrompeu meus pensamentos, eu sabia que a voz era dele mas desde que eu o percebi eu ainda não tinha desviado o olhar de seu rosto e eu não tinha visto ele mexer os lábios, mas eu me lembrei que ele estava esperando que eu aceita-se seu pedido pois continuava com a mão estendida em minha direção, como eu não sabia o que fazer simplesmente estendi minha mão e ele fez algo que é muito incomum, ele beijou minha mão e me guiou para o salão.
Quando chegamos ao meio do salão me lembrei que não sabia dançar e quando eu ia dizer isso a ele, simplesmente ouvi minha própria voz sair mesmo sem eu ter aberto a boca, soltei uma de minhas mãos e cobri minha boca, e ele deu um sorriso largo e eu ouvi sua voz novamente.
– Não se preocupe, depois você se acostuma- me assegurou e esperou minha expressão se acalmar e depois continuou- e ao fato de não saber dançar, eu lhe ensino-
Ele colocou uma de minha mão direita em seu ombro depois colocou sua mão esquerda em minha cintura e enfim entrelaçou nossas mãos que estavam livres.
– Agora, sinta a musica e esqueça seus pés.- eu ouvi sua voz novamente, ele estava sorrindo e parecia que estava se divertindo bastante então decidi esquecer o quanto bizarra toda aquela situação parecia e decidi me divertir um pouco também. Eu sorri e sua expressão ficou calorosa.
– certo. - ouvi minha voz ecoar enquanto sorria e depois começamos a dançar.
Ele me guiava e aos poucos foi ficando mais fácil e eu me sentia como se estivesse flutuando, dançar naquela sala nem se comparava estar dançando ali naquele momento.
– Esta se divertindo? - ele perguntou-me de repente.
– Muito – eu disse com um sorriso radiante em meu rosto.
– Que bom – ele parecia completamente satisfeito – Pensei que estivesse com medo – eu o encarei e depois ouvi minha voz dizer
– Não estava com medo – depois que minha voz se foi percebi a mentira que tinha dito e ele percebeu isso em minha expressão e suspirou.
– Quando eu vi você lá fora dançando sozinha pensei que talvez gostaria de dançar aqui conosco – ai eu notei que havíamos parado de dançar – mas se você está com medo acredito que deveria ir –
– Não! - quase gritei e ele ficou surpreso - Eu nunca me diverti tanto em minha vida como estou me divertindo aqui – eu vi seu sorriso que até então havia desaparecido cintilar em seu rosto.
– Então já que você quer ficar, me daria o prazer de outra dança? - ele disse me com um sorriso maroto.
– Claro, jovem rapaz – respondi no mesmo tom e ele riu.
Voltamos a dançar só que dessa vez a música era muito mais animada e me vi quase pulando no salão, quando a música terminou nós estávamos ofegantes.
– Quero me sentar – eu disse ainda ofegante, ele acenou e soltou uma de minhas mãos e me guiou até uma fonte que tinha em uma das extremidades do salão, a fonte que era banhada pelo luar e era tão linda como o resto do salão e estava cheia de detalhes em pedrinhas que acreditei que fosse diamantes, eu e ele nos sentamos em um banco de madeira acolchoado bem trabalhado ao lado da fonte, minha respiração já havia voltado ao normal.
– Então... você não sabia dançar?- perguntou ele com um sorriso reprimido olhando pra mim.
– Você não disse que ia me ensinar? - eu disse erguendo uma de minhas sobrancelhas.
– Isso quer dizer que você é uma boa aluna? - ele me perguntou erguendo uma de suas sobrancelhas também e desviei o olhar de seu rosto mas mesmo assim não consegui conter meu riso, quando voltei a olhar para o seu rosto eu esperava vê-lo sorrindo mas ele estava encarando o nada com uma expressão que não consegui entender no rosto.
– Acho que você deveria ir – ele disse sem me olhar
Eu ia responder que não mas me lembrei que deveria ter ido pra casa e que meu pai deveria estar praticamente louco a minha procura.
– Tenho que ir. - eu lhe disse e me levantei decidida a ir embora mas não sabia nem como havia chegado e ele notou minha expressão confusa.
– Irei lhe mandar de volta – disse ele enquanto ficava de pé e de frente para mim.
Ele me encarava e seus olhos pareciam curiosamente mortos e o meus olhos ficaram presos nos dele, eu não conseguia desviar o olhar.
– Você voltará? - perguntou ele por fim.
– Sim! - eu disse ao mesmo tempo em que pensei e ele sorriu.
– Mas..não sei nem como cheguei e... –
– Só apareça na sala – ele me interrompeu e para meu total constrangimento ele beijou minha testa.
– Até logo, Ângela.



Continua...


E aí, o que acharam?
Contos de quinta é um espaço para divulgação de contos, poesias, textos em geral de blogueiros e escritores, (talvez um dia eu publique um conto meu, quem sabe? rsrs), Se você quiser ver seu texto publicado aqui é só me contatar por email clicando aqui ou enviando um email direto para aspalavrasfugiram@hotmail.com

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